já lá vai o tempo em que o vazio não se fazia notar de forma tão bruta como nos dias de hoje. cada vez mais nos questionamos sobre tudo o que nos acontece sem pedirmos. é como nos colocarem uma venda nos olhos e sentirmos que nos levam para longe sem termos a mínima hipótese de escolhermos o conforto, se queremos ir "sentados ou deitados" nessa viagem. sem saber para onde e como, damos por nós no mais incomum e forasteiro lugar. sendo esse muitas das vezes o nosso ambiente diário.
o que calcamos a toda a hora, umas vezes com mais certezas outras vezes carregados de dúvidas e suspeitas. esse lugar que é nosso desde o momento em que aprendemos a olhar e a respirar, onde tudo tem o seu diverso sítio para estar. a sensação por vezes é ao arrancar a venda que nos vai roubar toda aquela ilusão de que um dia tudo e cada coisa teve o seu devido instante, o seu devido espaço que ocupa uma pessoa no seu todo. questionamos a forma como tudo vai alterando à medida que o tempo passa na esperança de poder um dia dar nova forma às coisas tornando assim todo o nosso foco interior como um objectivo e realidade exterior. combatemos com todas as forças que temos para poder dar forma ao vazio constante que nos contorna sem motivo aparente. por não compreender muitas das vezes, quando na nossa cabeça achamos que temos a obrigação de saber tudo de tudo e assim julgamos sem direito, insinuamos sem fundamento, criticamos sem conhecimento, odiamos sem saber que odiamos. mas odiamos.
é verdade sim que não se pode transformar a água em fogo, não se pode converter o céu em terra.
contudo, podemos sempre mudar o ódio fazendo nascer dali amor.
preencher o vazio presente das mais diversas maneiras formas e feitios abraçando quem nos surge na vida. mesmo aqui e sem pedirmos tudo acontece. tudo tem o seu devido lugar em determinado tempo e espaço. basta só saber como tirar a venda sem nunca a deixar cair no vazio.
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