quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Praticar yôga a meio da vida ou em qualquer lugar é como receber um leque de sensações.

Quando comecei a praticar foi na tentativa de consertar alguma coisa que eu sentia que estava errada. Andava ansiosa , sem perceber o porquê e de onde vinha tal desassossego.
Digamos que para mim foi uma espécie de escape da minha realidade para o mundo.
E à medida que fui praticando, dia após dia fui sentindo um desabrochar interior.
A “arrumação” dentro de mim foi surgindo, o errado começou por se tornar certo e desde esse momento percebi que um novo caminho estava a chegar. Nele abriram-se portas, janelas, postigos e até gavetas...tornando sempre a procura numa constante vontade onde eu pudesse pousar a mente e o corpo.
Seja numa sala de aula, numa praia ou até mesmo num jardim perto de casa.
É poder parar, respirar e descobrir o que realmente se está a sentir naquele momento esquecendo todo o resto. Hoje levo comigo o yôga para todo o lado como parte importante da minha vida.

Ele é sem dúvida o meu tesouro mais precioso!

    Sintra                                                                         


     Edifício Axa, Porto

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

pela primeira vez

vaguear no concreto
não espero um palácio como nas histórias sem fim
apenas aguardo degraus entre paredes brancas
não quero reinos nem desejo preciosos diamantes
anseio um simples beijo
madrugadas que me tragam frescura
não sei se me iludo em fantasias
como a maioria das poesias
a existência tem outro sentido quando o coração apressa
divagar ao sabor das ondas do mar 
amor que vai e volta 
sabe bem renovar
como o próprio respirar 
e tudo o que somos se resume a um olhar
de sorrisos cúmplices deixados num altar
onde imagino segredos vindos de histórias por revelar
assim o tempo se arrasta no próprio tempo
cada hora emerge 
cada dia se aflora
sobram gestos de afecto
rasgam-se os beijos vindos da pele
esquecendo todas as fugas
e omitindo as dúvidas entre os ódios
só para chegar mais cedo 
para quem não consegue esperar
atravesso a vida 
subo as escadas sem promessas
e procuro-te onde haja sol
vou desenhar na tua alma a ternura
com paisagens e aromas quentes
escrever com os dedos que sim
até quando irá ser assim
uma eternidade sem fim...