sábado, 30 de março de 2013

atravessar todas as camadas de sermos.

Love every morsel of the people in your life

palavras e acções que transformam e transportam a nossa vida. 
mesmo sendo só uma. é a única. a absoluta. 
porque um coisa é imaginar. outra é vermos o que está diante do nosso corpo. já para não falar do que sente a alma ao ver através dos nossos olhos. 

terça-feira, 26 de março de 2013

ajudar a viver em todas as direções, mesmo estando "suspenso".

This story will warm you better than a coffee in a cold winter day !

We enter a little coffeehouse with a friend of mine and give our order. While we're aproaching our table two people come in and they go to the counter :
'Five coffees, please. Two of them for us and three suspended'
They pay for their order, take the two and leave. I ask my friend:
'What are those 'suspended' coffees ?'
'Wait for it and you will see'
Some more people enter. Two girls ask for one coffee each, pay and go. The next order was for seven coffees and it was made by three lawyers - three for them and four 'suspended'. While I still wonder what's the deal with those 'suspended' coffees I enjoy the sunny weather and the beautiful view towards the square infront of the café. Suddenly a man dressed in shabby clothes who looks like a beggar comes in throught the door and kindly asks
'Do you have a suspended coffee ?'

It's simple - people pay in advance for a coffee meant for someone who can not afford a warm bevarage. The tradition with the suspended coffees started in Naples, but it has spread all over the world and in some places you can order not only a suspended coffee, but also a sandwitch or a whole meal.

Wouldn't it be wonderful to have such cafés or even grocery stores in every town where the less fortunate will find hope and support ? 
If you own a business why don't you offer it to your clients...I am sure many of them will like it :)




sexta-feira, 22 de março de 2013

2013 é sem dúvida o ano deles.

     The National

    Trouble will find me, Maio de 2013


                                     

" Estamos novamente em roda livre. Por um lado, estas canções são as mais complexas que já fizemos; por outro, são do mais simples e mais humano ", explica o guitarrista Aaron Dessner em comunicado.

quinta-feira, 21 de março de 2013

primavera na calçada.

talvez até possas deitar-te no chão
procurar o amor
abandona-te em ti
deixar de lembrar para nunca esquecer
sente o frio do passeio
revestido de pedra portuguesa
sozinho em palavras
abandonado em lembranças
descobre num olhar largado ali
o mistério da juventude
que nele te revejas capaz
que nele te sentes e sintas
talvez até possas deitar-te no chão
observar sem porquês
abrires o peito como quem abre janelas
deixares estender a tua alma lavada.



E porque é o Dia Mundial da Poesia!

segunda-feira, 18 de março de 2013

ele sabia pela evidência.

    Robert mapplethorpe

" - É cómico pensar que uma pessoa levou a vida toda assim, trabalhada a traça e a bafio. Dá vontade de rir, que queres? a gente pensar que lá fora há coisas, acontecem coisas, revoluções, e gente que nasce e que morre, e alegria, e ar livre, e uma cama para se fornicar com prazer até rebentar, e passeios, e paródias, e convívio, e o prazer enorme de esquecer, de não ligar, de ir vivendo, de espremer cada instante até deitar sangue, e de estar livre por dentro e por fora, e de não ter ligação com nada, tecer a teia das relações mas com os fios todos partidos. "

"para sempre"
Vergílio Ferreira

ainda suspiro.

era preciso senti-lo sem mãos, disperso numa mistura dos dias.
ouve-se falar dele a toda a hora, a todo o instante. umas vezes vem diluído entre os lábios repletos de expressão sentida. outras vezes como vítima ferida que percorre de corpo em corpo, sem caminho traçado ou destino definido. quando aparece não o compreendemos. traz com ele o silêncio. é um impulso de beleza. penetra no sangue cruzando com órgãos, alimenta glândulas, desgasta toda a estrutura. embora disperso organiza a alma. os dias vão atravessando as sombras das tardes e o luar das noites. ao fechar os olhos o corpo flutua sob marés e rios. atravessa o céu por inteiro onde nele paira uma "pintura" simples, sem mistérios. ali podemos perder a cabeça e desgraçarmo-nos em beijos. ali podemos enlouquecer sobre o cheiro ardente do amor. tudo isto serve de música violenta e pura numa língua corrente que nos arrasta aos lugares mais inacessíveis numa lavagem de sentimentos. daqui não quero sair. 
aqui as sensações saltam de corpo em corpo como quem tem fome de amor. é a boca a piorar e a estrutura a desgastar. mas no fundo, no fundo percebemos, observamos e sentimos lentamente a alma a organizar. 
é a força de uma vida. 
o emprego que dá trabalho e sustenta o coração.

Ai! É desta que me mudo de vez para lá!!

Londres vai ter um Cat Café a partir de Maio!!!


domingo, 17 de março de 2013

liberdade provisória.


Influenciar uma pessoa é dar-lhe a nossa própria alma. O indivíduo deixa de pensar com os seus próprios pensamentos ou de arder com as suas próprias paixões. As suas virtudes não lhe são naturais. Os seus pecados, se é que existe tal coisa, são tomados de empréstimo. Torna-se o eco de uma música alheia, o actor de um papel que não foi escrito para ele. O objectivo da vida é o desenvolvimento próprio, a total percepção da própria natureza, é para isso que cada um de nós vem ao mundo. Hoje em dia as pessoas têm medo de si próprias. Esqueceram o maior de todos os deveres, o dever para consigo mesmos. É verdade que são caridosas. Alimentam os esfomeados e vestem os pobres. Mas as suas próprias almas morrem de fome e estão nuas. A coragem desapareceu da nossa raça e se calhar nunca a tivemos realmente. O temor à sociedade, que é a base da moal, e o temor a Deus, que é o segredo da religião, são as duas coisas que nos governam.

Oscar Wilde


Sexualidade e bom senso.


ó fim do mês chega rápido. os livros são como amigos. 

sim, eu sei...

" Amigos, amigos... negócios à parte "

sexta-feira, 15 de março de 2013

tropeçar.


" Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância. " já dizia Simone Beauvoir. 

quinta-feira, 14 de março de 2013

Samsara, até logo !!



É hoje que o grande Tiago Sousa passa pelo Oporto Gallery Hostel para um, antevemos, belíssimo concerto baseado no seu novo disco Samsara cuja influência passou por livros e filosofia oriental, mas também pela situação política e social do país. Nas palavras do próprio, “Samsara, para diferentes manifestações da cultura oriental, é o ciclo repetitivo da vida: nascimento, morte e reencarnação; significa um vaguear perpétuo pelos diversos estados de existência.”
Tiago é um dos génios contemporâneos, uma das mentes mais activas e inconformadas. Presenciemos estes momentos, abracemos estes talentos. Bem-hajam! Até logo!

Amplificasom*

o meu papel de parede.

és como um sonho que cubro todos os dias com um respirar reprimido.
deixo que o silêncio comande o eco da noite. 
o que agora respiro desvanece fugindo-me do corpo num sopro e difunde-se nas paredes que me cercam.
convertem-se em desenhos, e com as suas cores enchem as paredes de segredos que trago na alma.
escrevo as palavras que não consigo dizer mas que adorava fazer. 
não te imaginava aqui tão quieto e nu sobre estas paredes brancas. 
és a minha eterna imagem, só que imóvel. 
é quando decido abrir a janela e deixo entrar o vento em forma de leque fazendo mover os teus cabelos de um lado para o outro. quero dar-te vida quando pinto com a mente o movimento das tuas mãos tão delicadas. parecem frágeis entre as sombras que sobram. enquanto isso o coração traz a velocidade e serve de amparo no desenrolar desta visão. 
procuro sentir o teu aroma como tinta permanente.
tento falar contigo, mas escutar-te é a melhor arte.
és como um sonho que cubro todos os dias com um respirar reprimido.









quarta-feira, 13 de março de 2013

je le sais bien.


nudité de la vérite.


le désespoir n’a pas d’ailes,
l’amour non plus,
pas de visage,
ne parlent pas,
je ne bouge pas,
je ne les regarde pas,
je ne leur parle pas
mais je suis bien aussi vivant que mon amour et que mon désespoir.

Paul Éluard

terça-feira, 12 de março de 2013

de faca nos dentes e de chicote em punho.



0 MAIS BELO ESPECTÁCULO DE HORROR SOMOS NÓS.

Este rosto com que amamos, com que morremos, não é nosso; nem estas cicatrizes frescas todas as manhãs, nem estas palavras que envelhecem no curto espaço de um dia. A noite recebe as nossas mãos como se fossem intrusas, como se o seu reino não fosse pertença delas, invenção delas. Só a custo, perigosamente, os nossos sonhos largam a pele e aparecem à luz diurna e implacável. A nossa miséria vive entre as quatro paredes, cada vez mais apertadas, do nosso desespero. E essa miséria, ela sim verdadeiramente nossa, não encontra maneira de estoirar as paredes. Emparedados, sem possibilidade de comunicação, limitados no nosso ódio e no nosso amor, assim vivemos. Procuramos a saída - a real, a única - e damos com a cabeça nas paredes. Há então os que ganham a ira, os que perdem o amor.

Já não há tempo para confusões - a Revolução é um momento, o revolucionário todos os momentos. Não se pode confundir o amor a uma causa, a uma pátria, com o Amor. Não se pode confundir a adesão a tipos étnicos com o amor ao homem e à liberdade. NÃO SE PODE CONFUNDIR! Quem ama a terra natal fica na terra natal; quem gosta do folclore não vem para a cidade. Ser pobre não é condição para se ganhar o céu ou o inferno. Não estar morto não quer forçosamente dizer que se esteja vivo, como não escrever não equivale sempre a ser analfabeto. Há mortos nas sepulturas muito mais presentes na vida do que se julga e gente que nunca escreveu uma linha que fez mais pela palavra que toda uma geração de escritores.

A acção poética implica: para com o amor uma atitude apaixonada, para com a amizade uma atitude intransigente, para com a Revolução uma atitude pessimista, para com a sociedade uma atitude ameaçadora. As visões poéticas são autónomas, a sua comunicação esotérica.

Os profetas, os reformistas, os reaccionários, os progressistas arregalarão os olhos e em seguida hão-de fechá-los de vergonha. Fechá-los como têm feito sempre, afinal, e em seguida mergulharem nas suas profecias. Olharem para a parte inferior da própria cintura e em seguida fecharem os olhos de vergonha. Abandonarem-se desenfreadamente à carpintaria das suas tábuas de valores, brandirem-nas por cima das nossas cabeças como padrões para a vida, para a arte, para o amor e em seguida fecharem os olhos de vergonha às manifestações mais cruéis da vida, da arte e do amor.

MAS NÃO IMPORTA, PORQUE EU SEI QUE NÃO ESTOU SOZINHO no meu desespero e na minha revolta. Sei pela luz que passa de homem para homem quando alguém faz o gesto de matar, pela que se extingue em cada homem à vista dos massacres, sei pelas palavras que uivam, pelas que sangram, pelas que arrancam os lábios, sei pelos jogos selvagens da infância, por um estandarte negro sobre o coração, pela luz crepuscular como uma navalha nos olhos, pelas cidades que chegam durante as tempestades, pelos que se aproximam de peito descoberto ao cair da noite - um a um mordem os pulsos e cantam - sei pelos animais feridos, pelos que cantam nas torturas.

Por isso, para que não me confundam nem agora nem nunca, declaro a minha revolta, o meu desespero, a minha liberdade, declaro tudo isto de faca nos dentes e de chicote em punho e que ninguém se aproxime para aquém dos mil passos

EXCEPTO TU MEU AMOR EXCEPTO TU
MEU AMOR

minha aranha mágica agarrada ao meu peito
cravando as patas aceradas no meu sexo
e a boca na minha boca

conto pelos teus cabelos os anos em que fui criança
marco-os com alfinetes de ouro numa almofada branca
um ano dois anos um século

agora um alfinete na garganta deste pássaro
tão próximo e tão vivo
outro alfinete o último o maior
no meu próprio plexo

MEU AMOR
conto pelos teus cabelos os dias e as noites....
e a distância que vai da terra à minha infância
e nenhum avião ainda percorreu
conto as cidades e os povos os vivos e os mortos
e ainda ficam cabelos por contar
anos e anos ficarão por contar

DEFENDE-ME ATÉ QUE EU CONTE
O TEU ÚLTIMO CABELO

António José Forte

domingo, 10 de março de 2013

" Mudam-se os tempos, mas não se mudam as vontades "


se me perguntarem como me sinto por ter mudado de casa...
a resposta é óbvia: o importante é o conforto no dia a dia!

quanto ao que ela sente...

primeiro estranha-se, depois entranha-se.
recomeço por cheirar tudo o que há para cheirar.
para repousar escolho novos espaços e lugares.
ela também me disse que alegria e amor nunca vai faltar!


sexta-feira, 8 de março de 2013

Feliz Dia Internacional da Mulher.


Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!
Quantas morrem saudosa duma imagem.
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca rir alegremente!
Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento!
Paixão que faria a felicidade.
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!

Florbela Espanca


terça-feira, 5 de março de 2013

Eyes Wide Shut.

     Julião Sarmento  @Serralves


Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.

Eugénio de Andrade

sexta-feira, 1 de março de 2013

e já só falta o mais importante.

trazer os livros e os gatos.

erotismo ao sol.

e sempre que parava folheava mais uma página.
o sol serviu de ajuda, penetrava pela janela e fazia tudo. 
não é só aquecer. 
brilhava a esperança.
mas que dia lindo o de hoje.



" O erotismo tem a sua própria justificação moral, porque significa que o prazer é suficiente para mim; é uma afirmação da supremacia do indivíduo. "

Mário Vargas Llosa