deixa-me que te diga, és um bom amante para estas minhas noites vazias. caso decidas mesmo aparecer não te esqueças desse olhar fulminante. nas mãos basta essa a tua doce loucura.
brinco entre os dias deste deserto
abandonado. deixo que o calor reine de forma aquecer esta alma que vive ao
sabor do vento. a direção, essa não existe. arrasto comigo as manhãs até a
noite se cansar. a velocidade a que respiro
torna-se na minha duração dos dias. com ela converto o meu espaço em tempo . das
cores decoro toda a intensidade. dos sons engulo como um volume agudo que penetra
em mim ao ponto de me asfixiar de prazer. imortalizo imagens que as torno
eternas. revivo aromas de locais e
ambientes secretos. quando penso em esquecer o mínimo não me é permitido, pois
o coração, esse não sabe ignorar. acrescento mais um paladar até dele brotar um
novo sabor. alcanço aquele e outro olhar até não existir mais nada para
contemplar. amparo gestos como forma de ternura conduzindo ao afeto. mais tarde já o baptizo de amor. neste pequeno
deserto existe de tudo um pouco. não é nenhum retiro de emoções, mas sim uma solidão de
sensações que me sustenta e alimenta até a noite se cansar e surgir um novo horizonte onde possa novamente viver a imaginar.
e não haverá misericórdia minha gente. é inacreditável a facilidade com que nos roubam o que ainda nos resta de bom e saudável. para ser franca eu não sou adepta de televisão. aliás a rtp2 talvez fosse o canal que ainda me fizesse agarrar o comando em pó para assistir ao que faz bem à alma por uns momentos. esqueci-me que o truque é "engordar" cada vez mais o povo com merdas que não interessam nem aos meus gatos, que meia volta se atiram ao ecrã a brincar na tentativa de apanhar alguma coisa que está do outro lado. sendo assim vou vender a televisão ou se a quiserem roubar também estão à vontade. vai haver sempre quem roube.
Cat Power, Sun - 2012 começar tudo outra vez. pediu à amiga que lhe cortasse o cabelo na esperança legítima e inocente que a tesoura lhe levasse todos os despojos amorosos. passa agora a mão no cabelo com certezas de que continua a ser a mesma e que tudo não passou de um pesadelo. consequência de uma ruína amorosa. Chan Marshall sabes, o sol continua a brilhar e esse pertence a todos nós!! :)))
" o amor é grande e cabe nesta vista sobre paredes de coura. o amor é grande e cabe debaixo de 30 graus à sombra. o amor é grande e cabe em todas as toalhas espalhadas sobre a relva. o amor é grande e cabe em cada ligeiro motivo para sorrir enquanto se decide dar um mergulho no rio. o amor é grande e cabe entre a fabulosa partilha de comida. o amor é grande e cabe no dormir entrelaçados depois de uma noite intensa. o amor é grande e cabe na criança que segura as mãos da mãe para dar mais um passo e brincar sobre o calor do dia. o amor é grande e cabe nas sombras uns dos outros. o amor é grande e cabe quando cruzamos olhares durante segundos ao ponto de querer ficar. o amor é grande e cabe nos abraços dados entre reencontros inesperados. o amor é grande e cabe nas palavras que ficam em cada canto. o amor é grande e cabe ao descobrimos que ouvimos a melhor música. o amor é grande e cabe nas lágrimas que escorriam entre o peito. amor é grande e cabe até mesmo sem espaço. o amor é grande e cabe de palco em palco. o amor é grande e cabe no céu que nos cobre de estrelas. o amor é grande e cabe numa máquina fotográfica. o amor é grande e cabe nos gestos que espontaneamente se decidem libertar como se não houvesse amanhã. o amor é grande e cabe nas esperas sem certezas. o amor é grande e cabe numa garrafa de água que deu de beber a quem por ali passava e pedia com amor. o amor é grande e cabe em beijos de verdade. o amor é grande e cabe nas mãos dadas nos momentos certos. o amor é grande e cabe ao som de uma guitarra enquanto se espera pela camioneta. o amor é grande e cabe no descanso ao regressar. o amor é mesmo tão grande que coube tudo aqui. "