sábado, 22 de junho de 2013

Não há feira, mas há escritores!






Não há nada mais bonito que preencher uma página em branco.
Formar palavras que nos dominam os dias, que nos transportam das mais variadas e maravilhosas sensações. O aconchego entre as letras só não nos fazem sonhar, como também carregam a capacidade de converter todo o nosso mundo num autêntico e genuíno sonho.
Como eu adoro escrever palavras, como eu adoro ler e falar palavras. Palavras. Posso até nem concordar com nenhuma das palavras que digo, que escrevo ou que ouço...mas nunca deixam de ser belas as palavras.
São elas que nos abrigam da solidão sem deixar sintomas. 
E acho que isto eu prefiro chamar de uma doença, que ao invés de matar, cura. 

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Comecei a ler o Lunário do Al Berto ontem e arrisco-me a dizer que certamente vai ser um dos meus livros favoritos mesmo eu sabendo que ainda me restam algumas páginas por ler. E vai acontecer como tantos outros, não vou querer que termine nunca.


(...)

Um dia, quando a minha memória de homem fugitivo alcançar a idade de um deserto, debruçar-me-ei num poço e tentarei beber o tempo esquecido do teu rosto. Estarei lucidamente morto, eu sei, e os meus olhos já não prenderão a adolescência, nem as imagens que dela se soltaram. E a minha cegueira surgirá
cercada por frondosas árvores e pássaros, mas não os verei mais.
O rosto, o teu rosto, já não conseguirá atrair-me para o fundo
circular do poço.

Al Berto / Lunário

domingo, 16 de junho de 2013

E já lá vão sete anos de amor !!!!!


Parabéns kika :)

Girassóis num quarto de promessas.

No decorrer do sono senti a tua existência. 
Atravessaste o quarto vazio e sem querer tropeçaste num dos livros que deixei ontem no chão.
Aproximaste-te sobre passos delicados, foi quando o teu corpo se desfez totalmente no meu. 
Se foi delírio ou não, deixei-me ficar imóvel num estado dócil de amor.
Descolei as mãos do corpo e toquei-te enquanto a tua voz me fazia estremecer. 
Reparei que me trazias o "sol" e a felicidade como um descanso nos braços, eram girassóis.
Nos teus olhos encontrei a dimensão do meu sonho. É quando me rendo a todo esse inicio de forma a gerar uma introdução onde toda a emoção e sentimento se podem desordenar mutuamente.
Ofereço-te o que neste instante há em mim, um cabelo desarranjado de horas e dias de paixão. Estendo-te sobre a cama e cubro-te com todas as palavras e sentidos que me restam como sinais que guardei. Escuto a tua respiração como um acerto de tempo que nos faltou. 
A clareza destes gestos trata-se de um perdurar nocturno que nos devora sem pedir.
São como sonhos que trazemos entre o silêncio e a melancolia de lugares e espaços por surgir. Não precisamos sequer de olhar o mundo, basta permanecer nesta escuridão onde só os últimos raios que nos restam no olhar se cruzem como promessa de outro encontro.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

sexta-feira, 7 de junho de 2013

É preciso continuar a valorizar a cultura. E quem está presente é quem mais valoriza!

"Não há feira mas há escritores"

O nosso Optimus Primavera Sound 2013 sempre existiu.

enquanto ouço " Your hand in mine " dos Explosions in the sky
vejo entre nós as palavras e a viagem que existiu
dos passos dados sobre a relva 
da música que nos esperava tornando todo o percurso ardente 
de um espaço recheado de natureza própria
que tocou cada corpo perdido levando ao encontro
percebemos como o presente pode ser perfeito e o futuro para sempre
para nós não existiu começo nem fim
todas as ruas eram um encontro
em todos os palcos um novo caminho
embora acordados para uma nova sensação
sonhamos juntos sob um céu sempre limpo
estes voavam em direcção a vida 
tão cheios de sentido como gestos simples de alegria
um telescópio partido
uma baqueta "perdida"
um cigarro feito sentado
um abraço em sintonia
uma mão que apertava a outra sobre um ombro 
uma fotografia a preto e branco
uma palavra ou outra de carinho impregnado no carro
um sorriso deixado na mente de carinhosa atenção 
de cairmos exaustos, mas felizes.
e naqueles momentos pensava eu
(daqui já ninguém nos tira).
foram dias e noites muito felizes alheios a tudo 
menos as palavras e ás sensações que existiram nessa viagem.

mas de repente voltas e é tempo de acordar.
é quando sabemos que tudo isto realmente existiu.