sábado, 15 de fevereiro de 2014

O meu 14 de Fevereiro.

Esta capacidade de parar para pensar, é como um cessar para novamente ver.
A chegada de uma nova cena, embora o palco da vida seja sempre o mesmo. 
Pode até alterar a cor do pano, o aroma da sala e a sequência dos atos. 
Serão sempre longos estes momentos na nossa memória. Dizem que a idade é eterna. 
Só quando de repente entre a realidade e o sonho alcançamos estados de brilho é quando mergulhamos no nosso maior pátio interior. Surge então a grande mudança.
Vivemos agarrados à mente como uma lapa vive agarrada a uma rocha. Deixamos de caminhar e acreditar num mundo onde tudo pode ser inteiro. Sem separações dolorosas que mais tarde se erguem como terríveis fantasmas à procura de vingança na sua outra metade perdida. 
Quando era só fundir a alegria na tristeza. Penetrar o amor bem cravado no ódio, como se de um longo oceano se tratasse, este, sem fim e quase afogados numa onda breve que nos eleva e nos prende às estrelas sem saber onde começa ou termina o novo continente. 
A sensação de liberdade no corpo é um crime, pois é preciso estar em toda a parte sem conseguir estar em lugar nenhum. 
Seja lá o que for que isto signifique, é mais um estado passageiro, um estado explorador de quem encontrou a chama da sua agitação. 
A mente é um labirinto misterioso, quase místico. 
A alma, essa já é quem suporta as raízes que atravessa todo o corpo de uma ponta à outra. 
Creio que só um sonhador incapaz de se torturar consiga alcançar essa força para a qual não tenho nome pois só tenho esta capacidade de parar para pensar.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Estou a ficar sem espaço para guardar os livros, o que me leva a um êxtase literário.


Trouxe este à dias comigo, estava tanto vento nessa tarde que me facilitou a escolha.
Ah! E confesso que também gostei do gato preto na capa.
Parece que ele é testemunha da vida de vários moradores de um prédio. 
(De um poeta, um judeu ortodoxo, um palestiniano, uma testemunha de Jeová e uma mulher agnóstica...) 
Vou então começar por bater a porta e ver o que se passa... 

rés-do-chão : " Chegado ao promontório onde a alma se despenha, o poeta contempla todas as cores do vento. Assim iluminado, voa. "