quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

ai Ulisses.



Lóri ligou o número do telefone:
- Não poderei ir, Ulisses, não estou bem.
Houve uma pausa. Ele afinal perguntou:
- É fisicamente que você não está bem?
Ela respondeu que não tinha nada físico. Então ele disse:
- Lóri, disse Ulisses, e de repente pareceu grave embora falasse tranquilo, Lóri: uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de , se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejei você, esse teu corpo quem nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso. (...)

Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres

Clarice Lispector 

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

loucuras

que mais tarde te conduzem ao desespero.
e tudo aquilo em que acreditas por um instante deixa de existir.
não sabes quem és. quem foste. no que te tornaste.
apenas sabes que estás louco. consumido por ódio. ódio esse que te serve como único alimento. 



Cherry
Quinn Saunders

Cherry. de Quinn Saunders

by:Ana luz

e olha que o cheiro a pó de arroz do lado até se esquece!!

és única.

by: Ana luz

é incrível e sem descrição possível como só tu consegues entender na totalidade o meu verdadeiro e único ser.
não sei se algum dia te vou conseguir agradecer por tudo o que és para mim, por tudo o que fazes na minha vida.
sem dúvida a completas e lhe dás algum sentido. 
obrigada, e eu adoro-te!! ****


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

jamais seriam passageiras.

donde nascem realmente?
serão como sementes deixadas por alguém?
quem cuida deste meu pequeno capricho?
será que realmente tem necessidade de serem alimentadas? como qualquer outro ser, estando elas intensamente vivas. pois continuam a inspirar e expirar numa bela respiração reprimida. se não são cuidadas, não tarde morrem asfixiadas. por isso as chamo de passageiras. vão e voltam num abrir e fechar do coração. num expandir de desejos. desejos esses que habitam no passado. posso chamar de vontades viajantes. qualquer lado que me faça deslocar permanecem comigo. estão presas. fechadas.
mas nunca é tarde. a todo o instante pode surgir uma bela chuva, ou até mesmo um brilhante sol que as nutra, as faça brotar, crescer, deixando-as surgir como um despertar novo. original. de preferência que se prolongue numa primavera singular. como nunca antes vista. com aromas diferentes e cores perfeitas. jamais se chamariam de vontades passageiras. mas sim de vontades permanentes.

em dias de folga como hoje

bom é acordar às dez da manhã para comprar os bilhetes que faltam. beijar os gatos ao acordar. namorar o sol  que entra pela janela fazendo resplandecer as paredes do quarto num salientar intenso focando toda a cama desarrumada. é comer bolachas de mel acompanhadas com um capuccino quente ao som de explosions in the sky. é pensar como gosto de calçar as minhas botas de cordões sem ter que os atar um por um. deixar o casaco quente para um outro dia, mais frio. pois hoje o sol aquece só de o olhar. ir directa à Midas substituir uma lâmpada de mínimos para o carro poder passar na inspecção. e passou! é almoçar ao ar livre com a melhor companhia. olhar para o lado e assistir a um passarinho em busca de algo para ele. apenas quer umas simples migalhas que por sorte caíram. podendo aguentar assim mais um dia. decidir para sobremesa um fatia de bolo de chocolate quente com chantily. que por coincidência a menina que me criou tal obra de arte, teve a belíssima ideia de desenhar uma clave de sol com chocolate quente. como sabia ela que sou viciada em música como em chocolate? e que prazer me deu comer. estava delicioso. deixei-me estar a sentir o calor aquecer-me todo o semblante e corpo por mais uns instantes. totalmente envolvida em  conversas triviais, apreciando tudo o que se movia à minha volta. desde umas miúdas eufóricas a tirar fotografias umas às outras como se tivessem recebido uma máquina pela primeira vez, ao casal do lado que eram franceses. completamente assustados com as pombas. esses que mais tarde vieram ter à nossa mesa, perguntar alguns locais perto da praia para poderem desfrutar e usufruir do nosso porto por mais quatro horas que lhes restavam. a pressa devia ser tanta que notava-se inteiramente que ainda mal tinham engolido a última trinca. como gostava de ser eu a estar em qualquer outro lado do mundo a pedir exactamente o mesmo. uma orientação. seja ela qual fosse. era sinal que estaria em outro sítio, numa outra situação. e assim se foi passando os minutos até ganhar motivo para me levantar. motivo esse que era ir ao supermercado comprar o que já falta em casa. que crueldade. mas lá teve que ser. só depois de pisar o chão verdadeiramente e entrar no carro, meter primeira, arrancar em direcção ao  meu destino... percebi que ainda não era desta. o limite era ali. o caminho estava interrompido por uma senhora, que sinceramente ainda estou para a perceber como ela dirige aquele carro. carro não, uma bomba. vamos lá chamar as coisas pelos os nomes. pois bem, lá tive eu que puxar travão de mão em plena rua. tirar o cinto, voltar a colocar os pés no chão, mais uma vez sentir aquele sol a abraçar-me. delicadamente bater no vidro e dizer " não se preocupe, eu vou socorre-la ". ali trocaram-se sorrisos como um obrigado, algumas piadas se deixaram no ar, buzinadelas a marcar o passo. e agora sim é adeus sol e olá iluminação artificial. compras feitas. foi só pegar na bicicleta, colocar o mp3 no bolso e engolir o resto final de tarde no parque da cidade. imaginando. inventando e fantasiando o meu resto de dia. com direito a tudo. é justo. foram horas de pura magia.
afinal estou de folga!! :)


para verem que não foi mentira. 


by: Ana luz

Gather some rope, put on your fishing cap, and set off for the open sea.

« tornar concreto o que é abstracto »

by: Ana luz

epaaah!

a minha gata está a perguntar se o gato das botas também está nomeado... O_o

ouvi dizer que era hoje a noite dos Óscares


ahhhh Ryan! 
lá por seres loiro e de olhos azuis não te dá vantagens.
quem sabe talvez numa próxima.
quando fizeres um filme francês a preto e branco. ou até mesmo interpretes o papel de pai solteiro que vive de uma loja de brinquedos.
ah não! já sei, fazes acreditar que existem respostas para as origens e sentido da vida num simples jogo de basebol. enfim...
como vês alternativas não te faltam.

até lá faz o melhor que sabes... conduz! ;)

domingo, 26 de fevereiro de 2012

vamos apenas chamar de inspiração



e vocês seguramente são a minha.
numa melodia doce. só vossa. eu mergulho. eu acordo de um sono profundo. é quando me dispo de paradigmas. de expectativas. de sonhos inatingíveis. de realidades incompreendidas. de sensações íntimas reservadas até à data. de desejos anónimos. de vontades encobertas pelo tempo. de segredos ocultos e escondidos. da minha pessoa. do meu outro ser. personagem imaginária. do meu próprio heterónimo. esse que me dá liberdade. que faz sentir nos outros o que eu sinto. ou não. é um desobrigar prometido. este não tem juramentos. muito menos vive de promessas. é livre. fresco. agradável. atraente. novo. é um brotar principiante este meu outro ser. 




ahhhh! 
agora entendo a minha obsessão com fogo de artificio.
é nada mais nada menos que uma explosão no céu. *

SAWABONA - SHIKOBA

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o início deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor. O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual...exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar. A ideia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma ideia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal. A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente. Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem. O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral. A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto. Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um. O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado. Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo... Caso tenha ficado curioso(a) em saber o significado de SAWABONA, é um cumprimento usado no sul da África quer dizer: “Eu Te respeito, eu te Valorizo, você é importante pra mim”. Em resposta as pessoas dizem SHIKOBA que é: “Então eu existo pra você”  




Flavio Gikovate 

sábado, 25 de fevereiro de 2012

na minha imaginação vejo-te sempre que quero!

a saudade não mata.

O ritual é o mesmo de sempre, mantêm-se. Ela entra em casa e pousa a sua mochila castanha escura suavemente sobre a mesa, despe o casaco sentindo no corpo um silêncio nu. Para ela é o silêncio morto. Está sozinha entre paredes, como sempre esteve. Decide descalçar-se onde repara que as meias que tem calçadas estão todas húmidas. Húmidas mas não da chuva, nem de poças encontradas pelo caminho. É do tempo sim, mas de um tempo alterado e diferente do habitual. Nada meteorológico. Aquele é o tempo dela presente, o de todos os dias que passou a vaguear sem saber exactamente para onde ir ou como ir. Uma revolução era preciso, pensou ela. Um golpe infalível teria que ser dado. Mas uma saudade quase fatal apodera-se dela. E é essa mesmo que não a faz dar o passo seguinte mantendo-a num arrasto continuo de incerteza. Prossegue com os mesmos rituais, os mesmo hábitos, aqueles costumes a que chamamos rotinas quase como uma cerimónia só dela onde é capaz de tudo para celebrar e acariciar tudo o que a envolve sabendo o que é aquilo que sente mas não aquilo que lhe apetece. A verdade está muito longe do que ela verdadeiramente quer, e a distância por vezes tem um terminar doloroso. Entrega a culpa a um sentimento triste e penoso. Ao que parece essa ainda permanece. Só continua na espera de ser tratada da forma mais evidente, verdadeira e pura resolvendo de uma vez só tudo até ao ultimo suspiro. E de uma maneira ou de outra ela encontra sempre os seus meios para justificar os fins...
E com isto concluir que no centro deste núcleo tudo o que a envolve como a saudade não mata, mas mói.

HurryUp, We´re Dreaming



foda-se. até me dá arrepios.
estou para ver dia 11 de Março. 
o hard club não será o mesmo \O/


HurryUp!!! 

venham todos de bagagens para o Rivoli. Não tenho medo.

V for Vendetta



« People should not be afraid of their governments. Governments should be afraid of their people. »

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

simbiose de soul, folk e jazz



Marvin Gaye e Otis Redding
tudo aponta numa direcção em que a expectativa é grande.
olhem que a fasquia está ao máximo!

o que se diz a uma mãe após 3 semanas sem a ver


para além de todas aquelas questões típicas de mãe, que muitas das vezes não nos apetece responder ou até mesmo falar. 
continuo a preferir abraçar-te com tanta, mas tanta força e dizer-te o mais importante...
que estava a morrer de saudades tuas. o quanto estás linda. e como eu te adoro!!


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

inadiável

estou a precisar urgentemente de diálogos cómicos, muitas das vezes profundos e tristes. onde só existem personagens complexas repletos de segredos internos. aqueles que muitas vezes não se pode, ou melhor não se devem revelar. alguém viciado em sexo, drogas e em paranóias inexplicáveis. alguém que me faça colar ao ecrã até ao ultimo minuto. que faça com que o meu coração se deixe envolver numa ansiedade tal que permanece sentindo toda a banda sonora no sangue como um despertar. no aqui e agora. alguém que me faça esquecer por momentos a minha realidade. certamente estou a precisar de ti.


descobri

que a loja Haity na marginal da foz tem o teu cheiro!

o BOM do facebook

estranhamente hoje no facebook fui convidada para participar de um evento com o seguinte título: 


" Vamos devolver a máquina aos donos? "


 e a seguinte descrição que passo a citar:


Encontrei hoje à noite uma máquina fotográfica na zona da Foz, Porto. Mais do que perder a máquina eu ia detestar perder um cartão cheio de fotos com momentos que não se podem recuperar. Alguém conhece os donos da máquina? Entrega-se apenas a uma destas pessoas da foto.


a isto chamo uma realidade virtual.
pois conseguiu a participação de mais de 5000 pessoas. 
Ahh...e se encontraram os supostos donos?
pois claro que sim!!
o porto não é assim tão grande.
mas pessoas como estas com grandeza de espírito e esta bela iniciativa são poucas e pequenas.

agora assustei-me

A versão de 1895 de 'O grito'


A única das quatro versões da obra-prima de Edvard Munch “O grito”, que ainda está nas mãos de privados, vai ser leiloada a 2 de Maio, em Nova Iorque. 
Estima-se que a venda possa alcançar os 80 milhões de dólares, cerca de 60,4 milhões de euros.

silêncio agoniado





onde as certezas não existem.
onde os humanos se transformam em estranhos entre si.
é o viver de cada um num silêncio agoniado...


Attenberg
Athina Rachel Tsangari, 2010

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

porque a tua voz me sossega a alma

ausência



por vezes é o que falta.
deixares que tomem conta de ti.

liberdade em cada passo


liberdade em cada passo consiste na capacidade de nos sentirmos livres.
livres nas escolhas, nos actos, nas atitudes e comportamentos. contudo uma atitude consiste no nosso sentido de agir.
e a percepção? essa só vem depois. por vezes questiono-me continuamente. vezes sem conta e sem qualquer separação de pensamento. não controlo. é um impulso. olha, como os soluços. surgem sem sabermos e sem contarmos. mas sentimos. pois eles estão lá. por vezes é necessário o caos cá dentro para poder gerar uma estrela. essa sim, será a nossa guia. quem sabe o nosso fiel destino. mas a espera começa por torna-se inquietante e impaciente. dou por mim sem conseguir pensar. apenas sei que quero mais e mais. mas mais de quê? de quem? e as questões permanecem. não desaparecem. continuo na mesma a possuir a minha liberdade de decisão, de pensamento, de gesto, de propósito. sim, continuo.
talvez o problema seja mesmo esse. possuir essa liberdade e não saber desfrutar. 
mas quando penso que existe quem vive acorrentado a esta e aquela a que chamam de verdade sem nunca ter a autonomia de parar e pensar em realmente conquistar a sua libertação. a sua essência. assusta-me.
o ideal é ir dirigindo lentamente. apostando diariamente. arriscando futuramente. sobretudo aventurar-se e não se deixar levar pela mentira, que com o tempo se torna uma fraude. fraude esta que aos nossos olhos é mais que uma verdade imposta do que num próprio engano.
pense. medite. projecte.
só para depois poder conquistar enfim essa tão esperada verdade. 
a essa vai poder chamar de liberdade e vai materializar e objectivar transformando-a na sua mais pura realidade.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

máscara



Catwoman: The day I died was the day I started to live. In my old life, I longed for someone to see what was special in me. You did, and for that, you'll always be in my heart. But what I really needed was for me to see it. And now I do. You're a good man, Tom. But you live in a world that has no place for someone like me. You see, sometimes I'm good. Oh, I'm very good. But sometimes I'm bad. But only as bad as I wanna be. Freedom is power. To live a life untamed and unafraid is the gift that I've been given, and so my journey begins.

sempre senti uma afinidade por ti.
se eventualmente decidir mascarar-me serás a minha inspiração.

miaaau!   



sábado, 18 de fevereiro de 2012



" não precisamos de um conto de fadas, só de felicidade "
foi o Derek da Grey que disse!

para além de seres



há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam.
no entanto há outras que simplesmente aparecem nas nossas vidas e nos marcam para sempre.

obrigada!!! *

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012


You live like this, sheltered, in a delicate world, and you believe you are living. Then you read a book… or you take a trip… and you discover that you are not living, that you are hibernating. The symptoms of hibernating are easily detectable: first, restlessness. The second symptom (when hibernating becomes dangerous and might degenerate into death): absence of pleasure. That is all. It appears like an innocuous illness. Monotony, boredom, death. Millions live like this (or die like this) without knowing it. They work in offices. They drive a car. They picnic with their families. They raise children. And then some shock treatment takes place, a person, a book, a song, and it awakens them and saves them from death. Some never awaken.

Anais Nin

« se Deus existe mesmo

tem de ser um indivíduo muito malformado, com más intenções; então talvez seja melhor que não exista nada, que a morte seja um sossego absoluto; porque o paraíso vai ser sempre uma utopia, uma estupidez, não se pode prometer o paraíso a uma alminha que depois olhe cá para baixo e veja esta miséria: há uma contradição nestas invenções todas.»

Valter Hugo Mãe
...lembrei-me de ti, quando beijara teu rosto de homem, devagar, devagar beijara, e quando chegara o momento de beijar os teus olhos, lembrei-me de que então eu havia sentido o sal na minha boca, e que o sal de lágrimas nos teus olhos era o amor por ti.
mas, o que mais me havia ligado em susto de amor, fora, no fundo do fundo do sal, tua substância insossa, inocente e infantil: ao meu beijo tua vida mais profundamente insípida me era dada, e beijar teu rosto era insosso e ocupado trabalho paciente de amor, era mulher tecendo um homem, assim como havias tecido, neutro artesanato de vida.


A paixão segundo G.H

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

confirma-se


 Yann Tiersen
@ Primavera Sound 2012, Porto

 não é difícil.
o encantamento é um fenómeno certo. 
cá te espero ansiosa e impaciente numa valsa nossa.
num total desassossego silencioso e desejoso. 


p.s: vou morrer nessa semana!!!! 


o que me vale é que meti férias \O/

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

a salvação de 2012



ora bem, tirando os Radiohead no optimus Alive...
que mais posso eu pedir para este ano ?! 


mais M83 que se aproxima do Hardclub,
uma Feist a caminho do coliseu do Porto,
sem esquecer o querido Mark Lanegan com o seu rock alternativo na invicta,

e mais uns quantos que não tarda decidem aparecer.
sim, porque o ano ainda é longo.
dizia eu outro dia a uma amiga enquanto reflectia sobre o assunto...
pá, sabes que mais? estamos fudidas!
e para este tipo de coisas não há crise que pegue. aiii !!!

noticia de ultima hora


depois de uma bela directa,
segue-se uma correria às nove da manhã pela cidade do Porto,
com apenas uma torrada e um café no estômago,
Worten do Norteshopping era o nosso destino!
e tudo para conseguir apenas UM,
leiam correctamente,
UM bilhete para a Madonna.
pois bem, eis aqui o resultado. 
tudo o que menos esperávamos e queríamos era aparecer no Jornal de Noticias. 

epá, este Universo é mesmo tramado! ahaahaha :) 



sábado, 11 de fevereiro de 2012

brahma Murta

o despertar de uma nova energia.
como se tivesse nascido mesmo à pouco.
e a vida então começa no momento em que abro os olhos.
pois bem...
o mundo lá fora me espera trazendo um sol brilhante predominando o meu dia.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

verdade é que...


" a tentação entra sem bater, a oportunidade bate sem entrar "


by: Ana luz


gosto de ouvir-te falar



by: Ana luz

entramos por curiosidade. o lugar era novo. naquele momento despertou-me logo todos sentidos. as suas paredes eram num tom avermelhado astucioso, expressivo. fez-me lembrar aquele estilo um pouco "vintage" com um toque erótico parisiense à mistura. o tecto ainda por esconder, dando a sensação de despido e frio. totalmente pintado a negro não deixando disfarçar os tubos das ventilações. mas também pouco importa. notava-se de modo perfeito que o espaço era recente. aquele cheiro a novo e moderno. o café que nos veio parar as mãos era estranho. talvez esse também ainda estivesse sobre analise de apreciação. era notório que em algumas mesas as cadeiras não faziam parte. improvisadas naquele dia talvez com a pressa de abrir e deixar entrar o povo. um povo como nós. senti desconforto ao início não tirando as mãos que estavam entre as pernas. pois o frio também se sentia. um aquecedor só para um lugar daqueles não basta. mas como disse a pouco a obra ainda não está completa. e por falar em obras, existiam alguns quadros espalhados. perto de nós estavam os das pin ups a mostrarem as suas belas pernas com o a sua expressão característica. mais ao fundo junto ao tal aquecedor mais alguns. esses com imagens de paris. para falar a verdade gostei muito desse recanto. o candeeiro de chão era velho, antigo, muito ancestral. era aquele o pedacinho mais acolhedor e mais quente de todo o espaço. 
e ali se fizeram trocas de amor. deixando um pouco de nós. do nosso recomeço íntimo e profundo.
de todas as nossas vontades mais intrínsecas a realizar. e o mais engraçado é que se falou em viajar a paris. 
terá sido uma simples coincidência que aquele local nos despertou e contagiou?!
se foi ou não, não sei...
sei sim que vamos a Paris. 

*

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012



Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,
manhãs e madrugadas em que não precisamos de
morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra
em nós uma grande serenidade, e dizem-se as
palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas
mãos.
Com doçura.
Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a
vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o
sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do
mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos
ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres
como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.

Na ilha por vezes habitada
José Saramago 


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

antes que seja tarde demais

manamana




sim sim perdi a cabeça e fui ver-vos. cocas, posso dizer que continuas a ser o meu preferido!
agradeço as gargalhadas que dei feita tolinha no cinema, e também por me teres feito vindo a cantar o caminho todo de regresso a casa. 

manamana...
tuturutu...
manaman... 


The Muppets 
 James Robin
2011

passar o tempo

by: Ana luz


hoje decidi ir até Matosinhos de tarde e aproveitar o pouco calor que o sol ainda nos transmite nestes dias de inverno. para meu espanto deparo-me com um aglomerado de homens, já com idade de quem pede descanso. a maioria de pé, outros sentados nos poucos bancos que haviam espalhados. agasalhados com os seus casacos mais quentes que guardam no armário durante o período que não são necessários . sim porque para eles um casaco é o suficiente. desde que os aqueça e dure. é com ele que sentem o que permanece e os conserva. sendo assim devem ser de boa qualidade. envolvidos de tal maneira uns nos outros, nas conversas altas que estavam a ter. ali a sensação de quem olha e os contempla é de que para eles só existe aquele espaço. aquela convivência única em que os abraça nos tantos momentos de solidão, desabrigo, desamparo, abandono... e sabe-se lá mais o quê. é um refugio. o deles. só deles. o refugio que escolheram e adoptaram tal como existem outros. um refugio que os desafia. pois ali jogam-se cartas como forma de dialogo. elogiando ou criticando o parceiro, adversário ou colega. pouco importa. é a maneira que encontram para se sentirem alguém e com alguém. 


posso dizer que nunca vi tantos como hoje.
apenas vi que existem.
com isso percebi que é essencial e considerável chamarem atenção da maneira que o fazem. sendo para eles fundamental aquele momento, aquele espaço singular e incomparável a qualquer outro.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

domingo, 5 de fevereiro de 2012

é nesses momentos que habita o verdadeiro amor.


há momentos em que tudo pára. não existe percepção de mais nada. só vês única e exclusivamente o olhar de quem sofre. um olhar carregado de dor, embaciado. um olhar baço e sem brilho. de tão cansados e pesados que estão os teus olhos nem os consegues abrir por inteiro. do olhar passa para os gritos vindo de dentro, da tua mais intima alma. a essa podemos chamar de verdadeira, pois é a tua. só tua e única. 
são gritos fortes, frios, sólidos, poderosos. de tão robustos que são parecem ganhar "corpo". esse corpo valente e poderoso apodera-se de ti, ficas pesado como pedra. é o momento em que passas de dentro para fora e fazes brotar toda essa dor aglomerada durante anos. dor que deixaste acumular como uma reunião que nunca teve um fim. quando finalmente pareces caír em ti falham-te as pernas, os braços, todo o teu corpo carece de energia. sei que por ti deixavas-te cair. eu sei. essa falta de amor, de carinho e principalmente de cuidado não existe mais na tua profunda mente. logo o teu corpo como única resposta que te sabe dar é a de fraqueza, covardia, medo e agarras-te a tudo o que encontras, mesmo sabendo e entender que não é o melhor. quem nada tem nada teme. estás perdido. sem rumo ou sem mesmo vontade de traçar um novo. encostas-te aqui e ali como uma procura intensa de satisfação seja no que for. num copo de vinho, num cigarro, num corpo de uma mulher, numa noite repentina de prazer. mesmo assim a claridade não surge e a escuridão permanece. dia-a-dia, semana a semana, mês após mês. e mais tarde quando dás por ela no teu quase e único momento lúcido, já passaram anos. uma vida. pedes encarecidamente quase como um suplicar que te abracem para sentires verdadeiramente que não estás sozinho, que não queres estar. não irias suportar tal imagem como um futuro que se aproxima de ti como uma sombra presa e condenada. essa que não se vai embora, pois é interna. mesmo com todo o movimento e agitação tu és capaz de não acompanhar tal mudança. deixas-te ficar na revolta, fechado em ti próprio como se só existisses tu nesta casa. nesta cidade. neste país. neste mundo. é quando a dor retorna e faz-te tombar, em que te sujeitas nem sabes bem a quê. nem como e porquê. mas a verdade é que não encontras o caminho da tua própria salvação. acabas sem querer por ficar desalinhado num descuidado prematuro. pouco sorris, ou quando o fazes é forçado. parece uma espécie de falsa apatia e de contentamento para com a tua realidade. mas é a tua, só tu a sentes e vês dessa forma. só tu a conheces e sabes. mais ninguém a entende ou sente. mas quem olha para ti, posso dizer que se sente as pupilas a dilatar e o corpo a gelar. para não falar da dor no coração quando me caíste nos braços dizendo " não me deixes, nunca me abandones " ou " dói-me tanto o coração, nunca te disse mas dói." e escorriam-te as lágrimas pela face sem parar, continuamente. esse pânico inquietante, perturbador a percorrer-me no sangue. acabamos por nos aquecer num abraço tão poderoso e duradouro, parecia não ter fim. permanecemos assim durante alguns instantes, e é nesses momentos que habita o verdadeiro amor entre um pai e uma filha.

domingo

"

" there are certain emotions in your body that not even your best friend can sympathize, but you will find the right film or the right book, and it will understand you. "

algures numa cozinha

se encontra o amor.

by: Ana luz



mas afinal o que é a vida, se não um encontro com arte...



tudo o que encontro é arte.
toda a arte é um encontro.
encontro na vida tudo com arte.

mas afinal que arte é essa?
vamos apenas chama-la de encontro.


dEUS - Sá da Bandeira, Porto












by: Ana Luz





sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

" vai com dEUS "



ontem rezei antes de me deitar.
pedi para que chegasses rápido ao Teatro Sá da Bandeira !!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

uma mistura de simplicidade e de mistério



" O que sou então ? Sou uma pessoa que tem um coração que por vezes percebe. Sou uma pessoa que pretendeu pôr em palavras um mundo ininteligível e um mundo impalpável. "

Clarice Lispector

sentir é um facto



cada vez que te " abro " 
cada vez que te folhei-o
cada vez que te leio


a sensação que sinto é
como se já te tivesse lido antes.


cada vez que te "fecho" e guardo
é como se já te tivesse sentido antes.

"sensação de desorientação e confusão face a um mundo aparentemente sem sentido e absurdo".