segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

em dias de folga como hoje

bom é acordar às dez da manhã para comprar os bilhetes que faltam. beijar os gatos ao acordar. namorar o sol  que entra pela janela fazendo resplandecer as paredes do quarto num salientar intenso focando toda a cama desarrumada. é comer bolachas de mel acompanhadas com um capuccino quente ao som de explosions in the sky. é pensar como gosto de calçar as minhas botas de cordões sem ter que os atar um por um. deixar o casaco quente para um outro dia, mais frio. pois hoje o sol aquece só de o olhar. ir directa à Midas substituir uma lâmpada de mínimos para o carro poder passar na inspecção. e passou! é almoçar ao ar livre com a melhor companhia. olhar para o lado e assistir a um passarinho em busca de algo para ele. apenas quer umas simples migalhas que por sorte caíram. podendo aguentar assim mais um dia. decidir para sobremesa um fatia de bolo de chocolate quente com chantily. que por coincidência a menina que me criou tal obra de arte, teve a belíssima ideia de desenhar uma clave de sol com chocolate quente. como sabia ela que sou viciada em música como em chocolate? e que prazer me deu comer. estava delicioso. deixei-me estar a sentir o calor aquecer-me todo o semblante e corpo por mais uns instantes. totalmente envolvida em  conversas triviais, apreciando tudo o que se movia à minha volta. desde umas miúdas eufóricas a tirar fotografias umas às outras como se tivessem recebido uma máquina pela primeira vez, ao casal do lado que eram franceses. completamente assustados com as pombas. esses que mais tarde vieram ter à nossa mesa, perguntar alguns locais perto da praia para poderem desfrutar e usufruir do nosso porto por mais quatro horas que lhes restavam. a pressa devia ser tanta que notava-se inteiramente que ainda mal tinham engolido a última trinca. como gostava de ser eu a estar em qualquer outro lado do mundo a pedir exactamente o mesmo. uma orientação. seja ela qual fosse. era sinal que estaria em outro sítio, numa outra situação. e assim se foi passando os minutos até ganhar motivo para me levantar. motivo esse que era ir ao supermercado comprar o que já falta em casa. que crueldade. mas lá teve que ser. só depois de pisar o chão verdadeiramente e entrar no carro, meter primeira, arrancar em direcção ao  meu destino... percebi que ainda não era desta. o limite era ali. o caminho estava interrompido por uma senhora, que sinceramente ainda estou para a perceber como ela dirige aquele carro. carro não, uma bomba. vamos lá chamar as coisas pelos os nomes. pois bem, lá tive eu que puxar travão de mão em plena rua. tirar o cinto, voltar a colocar os pés no chão, mais uma vez sentir aquele sol a abraçar-me. delicadamente bater no vidro e dizer " não se preocupe, eu vou socorre-la ". ali trocaram-se sorrisos como um obrigado, algumas piadas se deixaram no ar, buzinadelas a marcar o passo. e agora sim é adeus sol e olá iluminação artificial. compras feitas. foi só pegar na bicicleta, colocar o mp3 no bolso e engolir o resto final de tarde no parque da cidade. imaginando. inventando e fantasiando o meu resto de dia. com direito a tudo. é justo. foram horas de pura magia.
afinal estou de folga!! :)


para verem que não foi mentira. 


by: Ana luz

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