quinta-feira, 14 de março de 2013

o meu papel de parede.

és como um sonho que cubro todos os dias com um respirar reprimido.
deixo que o silêncio comande o eco da noite. 
o que agora respiro desvanece fugindo-me do corpo num sopro e difunde-se nas paredes que me cercam.
convertem-se em desenhos, e com as suas cores enchem as paredes de segredos que trago na alma.
escrevo as palavras que não consigo dizer mas que adorava fazer. 
não te imaginava aqui tão quieto e nu sobre estas paredes brancas. 
és a minha eterna imagem, só que imóvel. 
é quando decido abrir a janela e deixo entrar o vento em forma de leque fazendo mover os teus cabelos de um lado para o outro. quero dar-te vida quando pinto com a mente o movimento das tuas mãos tão delicadas. parecem frágeis entre as sombras que sobram. enquanto isso o coração traz a velocidade e serve de amparo no desenrolar desta visão. 
procuro sentir o teu aroma como tinta permanente.
tento falar contigo, mas escutar-te é a melhor arte.
és como um sonho que cubro todos os dias com um respirar reprimido.









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