segunda-feira, 1 de setembro de 2014

pela primeira vez

vaguear no concreto
não espero um palácio como nas histórias sem fim
apenas aguardo degraus entre paredes brancas
não quero reinos nem desejo preciosos diamantes
anseio um simples beijo
madrugadas que me tragam frescura
não sei se me iludo em fantasias
como a maioria das poesias
a existência tem outro sentido quando o coração apressa
divagar ao sabor das ondas do mar 
amor que vai e volta 
sabe bem renovar
como o próprio respirar 
e tudo o que somos se resume a um olhar
de sorrisos cúmplices deixados num altar
onde imagino segredos vindos de histórias por revelar
assim o tempo se arrasta no próprio tempo
cada hora emerge 
cada dia se aflora
sobram gestos de afecto
rasgam-se os beijos vindos da pele
esquecendo todas as fugas
e omitindo as dúvidas entre os ódios
só para chegar mais cedo 
para quem não consegue esperar
atravesso a vida 
subo as escadas sem promessas
e procuro-te onde haja sol
vou desenhar na tua alma a ternura
com paisagens e aromas quentes
escrever com os dedos que sim
até quando irá ser assim
uma eternidade sem fim...

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