sábado, 14 de abril de 2012

promissor

by: Ana luz 

entro em alvoroço na sala pronta para me instalar quando me deparo com um sofá igual ao teu.
congelei da cabeça aos pés. o nó no estômago voltou. ohhh, não!!
sentei-me logo no que estava ao lado, admirando esse.
honestamente nem tive coragem de me sentar no "teu". certamente alguém deve ter notado a expressão de nostalgia que se instalou em mim. também não era para menos. o melhor foi não dizer nem uma palavra. não conseguia sequer parar de o contemplar. imaginando o que vivi. sem ninguém para ver passei a mão ao de leve só mesmo para me certificar. o tecido e a cor eram os mesmos. não restavam dúvidas  naquele momento. apenas memórias e recordações. nunca foi tão bom "viver" num sofá.  mesmo o breve e curto espaço de tempo nele passado, foi o insuficiente. mas talvez o suficiente para compreender como era saboroso e formidável adormecer nele sem roupa ou até mesmo só de manta. sim! como uma tentação incontrolável de todas as vezes que me sentava ou deitava sobre ele. o conforto nada significava. não importava. pois a todo o momento e a toda a hora se habitava nele. em mim deixava o fascínio e a certeza que eras tu quem amava naquele momento e naquela hora. as noites eram sublimes. os aromas pairavam no ar tão presentes como perfume acabado de aplicar. a alegria espalhava-se entre paredes. a música a nossa confidente. adorava deitar-me entre as tuas pernas e assim se passavam as horas. ora num silêncio erótico carnal, ora num adormecer confiante e seguro. era perfeito para nós este inocente sofá.
tão inconfundível aos meus olhos como uma certeza óbvia de que fui muito feliz nos tempos que vivi nele. 

4 comentários:

  1. Há certas recordações que nos provocam uma tristeza repleta de alegria...

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    1. então quando achamos que já se foram, é quando se revelam ainda mais presentes.

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