Six Organs of Admittance
Bohren & Der club of Gore
Process of Guilt
Amenra
Jozef Van Wissem
Black Bombaim
Necro Deathmort
Oxbow Duo
Ufomammut
Godspeed You! Black Emperor
lembrar-me de que as coisas mais belas do mundo são também isto.
"segurar as mãos" de quem nos acompanha nestas viagens tornando o deslocamento perfeito.
sentir a tarde a desvanecer trazendo com ela a noite fria. e eis que a agitação começa.
com ela novos rostos vão surgindo felizes de quem sabe que irão ouvir a música ideal no local exacto à hora certa. o calor humano ascende e apodera-se de todo o lado, desde as escadas ao interior de cada sala, às paredes que se sentem húmidas de uma tal intensa vibração musical e humana. a união surge em todos os olhos fechados, em todas as cabeças que abanam como uma certeza infinita. todos os sorrisos trocados a cada pausa para mais uma outra música é quando trinco os lábios só de ouvir e pensar. relembro que os corpos dançam livremente entre cada melodia oferecida. ora agressiva, ora melódica das guitarras. as vozes de quem canta penetra na alma trazendo ritmo, vida, acelerando cada coração por ali disperso e perdido. começa então toda a entrega pessoal.
não é um entornar de uma cerveja ao esbarrar em alguém que nos faz parar, mas sim o facto de que nos podemos simplesmente tocar na diversidade de toda aquela sensação que só a música nos traz.
de palco em palco, de mochila às costas, de casacos e camisolas como abrigo. de repente esqueço-me do que é o frio e contemplo a noite deixando que esta se torne na mais quente aquecendo-me o coração com toda a energia por ali alastrada. vou para dentro passando novamente pelo o mesmo chão, sentindo o mesmo cheiro, olhando novamente para às paredes carregadas de arte, cruzando-me com os mesmos rostos de quem diz que ama a música só com o olhar... e entramos.
novamente nos "abraçam" com maravilhas. até num simples barulho ao abrir uma lata vinda do palco das mãos de quem está ali para tocar apenas um instrumento, faz toda a diferença. fazendo sentir que se trata do melhor "abre latas" que alguma vez se ouviu.
pouca era a iluminação, o que nos trouxe ainda mais grau de intensidade.
embora a clareza de visão não fosse muita pouco importava. pois eram mais os olhos fechados sentindo tudo. diria que não se vê mas que se ouve tanto.
após este sábado singular segue-se o domingo incomparável.
caminhamos na direcção da sé do Porto até à catedral. o sol aquecia as paredes oferecendo cor e calor. senti que os raios me iluminavam o caminho levando-me até à entrada. todo aquele silêncio invadiu a minha mente. fui caminhando até me surgir uma porta repleta de gente. aproximei-me, insisti até conseguir ver do que se tratava. havia gente sentada preenchendo todo aquele chão, outros estavam encostados à parede ou até mesmo no ombro de outro alguém. o amor surgia do centro. e ali estava ele, sentado só de guitarra na mão proporcionado a mais bela melodia. foi então que se deu a mais pura aliança de todas. o rasgar da alma foi precisamente ali e naquele momento em que senti as lágrimas a escorrerem-me pela face, sobre o testemunho de cristo e de todas aquelas almas tão rendidas quanto eu.
se pudesse teria ficado ali as restantes horas embrulhada na guitarra num cantinho da catedral. confesso que foi de tudo o maravilhoso. sem dúvida que mais me ficou cravado e gravado de todo o amplifest. agarrei o LP. agora, sempre que o ouço sinto tudo novamente só que desta vez também nos braços.
será que mais alguém sentiu o que eu senti? espero que sim.
se me falassem de perfeição eu diria que já a vivi na catedral da sé do porto.
contrariada mas ao mesmo tempo ansiosa por voltar, já tudo continuava lá para baixo no Hardclub.
ao chegar, toda aquela sensação de empatia por quem não conheço mas vejo pelo o segundo dia consecutivo, volta. reaparece o sorriso, cresce a vontade. o brilho surge. as portas abrem e fecham da mesma forma. as salas voltam a encher. o calor humano vence mais uma vez. gravo tudo na memória. sinto tudo de novo. choro outra vez.
quando dou por mim, olho para os lados e vejo o joão e a claúdia envolvidos numa suavidade doçura, cada um no seu espaço contemplando todo o final desta única e incrível viagem.
lembrar-me de que as coisas mais belas do mundo são também isto! :) <3
muito bom mesmo
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