Tantas vezes que já ouvi pessoas a lamentarem-se porque
gostavam de ser artistas.
na mente delas
é preciso nascer-se com um dom que futuramente se vai dilatando criando mais
tarde à “sua arte”. queixam-se porque não tem vocação para a música, não têm
voz para cantar ou até mesmo mãos que saibam dar vida a um instrumento. então, como
procura constante arriscam por exemplo a fotografia, o captar imagens originais
levando-as mais tarde ao seu tanto esperado talento e objectivo, o “eu como artista”. não desfrutam muitas das vezes da sensação única e bela que está por detrás de uma
lente. o segredo de quem sente intensamente a cada vez que pressiona o botão
guardando aquela imagem no seu coração para sempre. deixa automaticamente de
ser uma mera paisagem que passou por momentos apressados, tornando-se numa
imagem real e verdadeira que nos acompanha ao longo da vida, podendo assim ser recordada sempre de forma intemporal. mas que lástima pensam elas, que nem
jeito para isso têm quanto mais para escrever uma frase bonita, um simples
poema, ou até mesmo uma carta de amor a quem se ama. experimentam então a arte
do desenho, da pintura, da chamada emancipação com riscos, pinceladas, onde elas
próprias são livres de criar aquilo que quiserem. dar forma à alma que muitas
das vezes se encontra presa como uma víscera acorrentada nas entranhas da mente
e do corpo. aliás, como alguém já o frisou e muito bem “ a arte é o lugar da liberdade perfeita. “
E
agora eu pergunto, e a arte de ver e sentir? esqueceram-se dela? o artista
tanto é aquele que cria como aquele que vê. a verdadeira arte não está só no que se
materializa aos olhos de quem quer ver.
a chamada arte autêntica e genuína encontra-se
apenas e exclusivamente dentro de nós.
na maneira como olhamos o mundo onde
vivemos, o modo como tratamos as pessoas que nele respiram e habitam, na capacidade
de sentir tudo o que nos é oferecido pela própria natureza humana. desde a
música, ao cinema, ao teatro, à fotografia, à dança, à escultura, à pintura, à
literatura, etc…sem esquecer claro os próprios fenómenos da natureza. pois também são arte, a arte de ser vida.
mas, a mais
importante é a arte do amor.
e isto tudo para poder dizer que todos
nós somos artistas, só que cada um à sua maneira. podemos não fazer parte deste
núcleo de quem oferece arte “material” mas fazemos parte sim, daquele a quem
oferece arte emocional.
e que no meu ponto de vista é a única e a mais bela de
todas as artes.
Já Nietzsche dizia: " Temos a arte para não morrer da verdade."
ResponderEliminarConcordo contigo. Aliás, eu costumo dizer que sou o artista mais feliz do mundo quando esculpo um sorriso nos lábios de alguém.
é a arte de saber fazer alguém feliz :)
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